O milho encerra 2025 em trajetória de fortalecimento no campo paranaense e se consolida como a principal aposta do produtor rural no Estado. A avaliação consta na Previsão Subjetiva de Safra e no Boletim Conjuntural de dezembro, divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
Os levantamentos indicam um produtor cada vez mais atento ao mercado, ajustando áreas de plantio, buscando maior eficiência produtiva e tomando decisões alinhadas às condições climáticas e à demanda das cadeias agroindustriais. Por se tratar do último levantamento do ano, o relatório de dezembro já traz as primeiras estimativas da segunda safra 2025/2026, confirmando a expansão do milho e a redução da área de feijão.
De acordo com o Deral, a primeira safra apresenta estabilidade, enquanto a segunda safra de milho avança e alcança área recorde, reforçando a tendência de crescimento contínuo da cultura. A expectativa é que o milho se consolide como a principal cultura do Paraná em volume produzido, aproximando-se ou até superando a soja nos próximos anos.
Demanda e produtividade impulsionam o milho
A força do milho está diretamente relacionada à demanda crescente das cadeias de proteína animal, como avicultura, suinocultura, bovinocultura e piscicultura, além da alta produtividade por hectare e da ampla versatilidade de uso industrial. Esses fatores tornam o cereal estratégico tanto para o produtor quanto para a agroindústria.
Segundo o analista técnico do Deral, Edmar Gervásio, o milho reúne características que garantem competitividade ao sistema produtivo, atendendo ao mercado interno e às exportações, além de sustentar o crescimento das cadeias de carnes, ovos e leite no Estado.
Outras cadeias reforçam cenário positivo no campo
O Boletim Conjuntural também destaca o bom desempenho de outras atividades agropecuárias. A soja, mesmo enfrentando desafios climáticos pontuais, mantém expectativa de boa produtividade na maior parte do Paraná. O milho da primeira safra apresenta desempenho positivo, favorecido por ciclos mais longos e maior resistência às variações climáticas.
A mandioca segue como destaque, com o Paraná liderando a produção nacional destinada à indústria. Apesar de um período mais seco ter dificultado a colheita e levado parte das lavouras para dois ciclos, os preços permaneceram equilibrados, contribuindo para a estabilidade do mercado.
Na pecuária, a suinocultura registra crescimento recorde no terceiro trimestre de 2025, com aumento no abate e nas exportações. A avicultura mantém a liderança nacional, com mercado interno aquecido, enquanto as exportações de ovos crescem em volume e receita. O setor leiteiro passa por mudanças regulatórias que trazem mais segurança ao produtor, e a carne de peru amplia sua participação no mercado externo.
Mesmo enfrentando desafios no cenário internacional, o mel paranaense segue valorizado, mantendo o Estado entre os principais exportadores do país.
Planejamento e oportunidades
O conjunto de dados apresentados pelo Deral reforça um cenário de ajustes, oportunidades e planejamento estratégico no campo, com o milho assumindo papel central na sustentação das cadeias produtivas do agronegócio paranaense. Para o produtor, o momento exige atenção ao mercado, eficiência no manejo e decisões cada vez mais embasadas em informação técnica e conjuntural.
Com informações Deral/Agência Estadual de Notícias